terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Alguém para amar


Ganhei de presente de uma grande amiga, no meu último aniversário, um livro chamado Projeto Quatro Homens, de Cindy Lu. Achei o título instigante e, de acordo com minha amiga, ele me foi presenteado no lugar de um livro sobre concursos públicos para que eu variasse um pouco as minhas leituras. Por que não dar uma chance a ele? Afinal de contas, não faria mal a alguém que já está solteira há um tempinho, não é?

Apesar do tom cômico, o Projeto Quatro Homens tem algumas teses interessantes: uma delas é a de que a mulher que o está lendo deve aceitar a ideia de que é péssima no amor para, a partir daí, ter outros tipos de comportamento na área afetiva. Outra é a de que os homens com quem se sai (até quatro, como diz o título) serão categorizados até que se ache o “Homem Três e Meio” – “Quatro”, não, porque, de acordo com a autora, “nenhum homem pode suprir todas as suas necessidades” (sábias palavras). Ela também menciona que, quando os homens sabem que há outros caras na jogada, esforçam-se mais no jogo da conquista devido ao instinto caçador masculino e, assim, os resultados do plano tornam-se muito promissores.

O que o livro trouxe de bom para mim foi uma espécie de reabertura para esse lado tão importante da vida. Ficar sempre focada em estudar para concursos e, assim, entrar na carreira pública, embora seja o que quero para minha vida, foi uma espécie de refúgio. Explico: para aqueles que não sabem, este blog surgiu após eu ter sofrido uma grande desilusão amorosa, que me deixou completamente desnorteada. Porém, passada a fase do choro e ranger de dentes, a gente se dá conta de que é imperativo se reconstruir. Estar no fundo do poço faz o medo ir embora, pois dali não se pode mais cair e há a solidez necessária para refazer a vida mais uma vez, apesar de parecer que ela terminou. Confesso que o estudo foi uma forma de me catapultar de lá. Eu o via como um controle de situação, pois era algo que só dependia de mim e de mais ninguém.

Realmente funcionou: o tempo foi passando e eu fui verificando os ótimos resultados de investir em mim mesma. A dor foi embora e chegou um dia em que eu senti vontade de “voltar ao mercado”. O recomeço foi meio estranho, confesso, e me trouxe algumas pequenas desilusões. Mas, como nada chegou nem perto do que vivi antes, foi tranquilo superar. Além do mais, após viver algo tão devastador, tive a impressão que criei uma espécie de proteção, que espero que fique comigo pelo resto da vida. Foram muitas as lições aprendidas, dentre as quais a de que não podemos colocar sobre os ombros de ninguém a responsabilidade da nossa própria felicidade, que a outra pessoa não pode, jamais, ser a nossa vida (deve, sim, complementá-la), que intimidade demais atrapalha, que ser muito previsível é fatal para o amor... Enfim, eu poderia ficar o dia inteiro listando esses aprendizados.

Tão fofo, porém, tão distante da realidade...
O fato é que reaprendi a viver só e vi que isso é algo muito bom. Mas por mais que eu tenha me reinventado e veja todas as vantagens da vida de solteira (e existem muuuitas!), há momentos em que sinto falta de ter alguém que amo de verdade ao meu lado. O solo que danço há tempos nem sempre tem graça. É muito bom estar com uma pessoa que nos encante, que se ilumine só de nos olhar, que ria conosco, que compartilhe projetos de vida e nos inclua neles. Em suma, que traga mais entusiasmo ao nosso cotidiano. Por que é tão difícil achar esse certo alguém? Sei que esses questionamentos são feitos por homens e mulheres e tenho a impressão de que essa busca é um tipo de loteria. Certo, vamos pensar que “tudo vem na hora certa” e blá, blá, blá... E se nada acontecer, o que fazer?

Seguir em frente, claro, sempre se divertindo! Dia desses, assisti a uma entrevista da escritora J.K. Rowling, no The Oprah Winfrey Show, na qual ela falou que as solteiras não devem perder as esperanças, pois ela demorou sete anos para achar o homem ideal, com quem já está casada há nove. Disse que o conheceu uma semana após conversar com uma amiga sobre o que ela esperava encontrar em alguém. Ao dizer coisas como “gostaria que ele fosse inteligente, que tivesse a sua própria carreira, que fosse um homem íntegro, bom e que se conhecesse bem” – requisitos básicos para ela –, ouviu da amiga que “estava pedindo demais”. Bem, pelo visto, não estava...

Desejo que 2011 lhes traga grandes realizações em todas as áreas da vida, especialmente nos assuntos do coração. Afinal, quando se ama, a gente encara o mundo.


domingo, 21 de novembro de 2010

A morte que vive em nós


No último dia 29 de outubro, fez cinco anos que o meu pai faleceu. Ele era uma daquelas pessoas doces, que todos gostam de ter por perto. Torcia muito por mim, amparava-me e sentia orgulho em ser meu pai, de acordo com as palavras dele ditas a mim em muitas ocasiões. Três dias depois, faleceu a mãe de uma amigona do coração. Esse triste evento abalou toda a família dela e a mim também. É triste ver alguém que era tão guerreira e apaixonada por tudo o que fazia ir embora. Por último, três dias depois (sim, isso mesmo), uma tia-avó minha, que eu acabara de visitar, faleceu também. Ela teve um papel essencial na minha alfabetização, pois era professora e me estimulava bastante quando eu era bem pequena, antes de entrar na escola. É, o começo de novembro foi difícil para mim, afinal, lidar com a morte abala qualquer um.

Pois bem, esse é o aspecto mais evidente da morte. O que acontece o tempo todo e que por diversas vezes não enxergamos é aquela que está presente em tudo o que nos cerca e, principalmente, dentro nós. Tem algo que acho bem curioso: ficar sem ir a uma cidade por um bom tempo. Basta visitar novamente esse lugar e verificar que a paisagem sofreu alterações. É muito comum que certos estabelecimentos comerciais bem tradicionais já não existam mais, pois deram lugar a outros com finalidades distintas. Assim, o tempo vai passando, as estações vão mudando e, sem nos darmos conta, já não somos mais quem éramos há um ano, que dirá há cinco ou dez anos. Vejam só, a nossa paisagem também se alterou: nossos gostos se modificaram, trocamos de endereço e, quando olhamos para trás, verificamos que toda a nossa vida está diferente. A morte que marca finais de ciclos pode ser bem sutil ou vir acompanhada de acontecimentos marcantes. Pode ser o dia que termina e o semestre de meio de curso que chega ao fim ou o ano que se encerra – gerando muitas expectativas em grande parte das pessoas – e o final do último semestre da faculdade, culminando com uma mudança drástica de vida.

Mudança: esta é a palavra-chave quando se fala em morte. Tudo o que é novo costuma nos desestabilizar. A desestabilização, por sua vez, gera o caos, para que depois tudo vá para o seu devido lugar. No entanto, o simples fato de vislumbrarmos a possibilidade de algum tipo de mudança gera medo em nós. É claro que, quando a mudança é positiva, parece que encaramos tudo com mais boa vontade, mas quando ela nos traz algum tipo de desconforto tendemos a evitá-la (situação que ocorre até mesmo nas ditas mudanças “positivas”, vide o caso clássico do sujeito que ganha na Mega Sena e tem que se refugiar do mundo por medo de ser sequestrado e morto). No instante em que o nosso mundo particular atinge um determinado equilíbrio, tentamos mantê-lo a todo custo e de modo ingênuo, até que tudo começa a desabar. Nessa hora, temos duas escolhas: juntar os pedacinhos ou ficar estagnados. Certamente que tudo leva tempo: o processo de se reerguer após um revés na vida pode demorar e não é linear. Com frequência achamos que já estamos recuperados de um baque para, logo em seguida, verificarmos que ainda falta percorrer bastante chão. O problema é quando nos recusamos a mudar o panorama, ou seja, quando não nos conformamos com determinada mudança-morte.





O lado bom, embora possa demorar a ser percebido, é o espaço que se abre para outras experiências ao deixarmos que certas fases morram. Ganhamos uma oportunidade valiosa para conhecer facetas da nossa própria personalidade que estavam inertes, podemos mudar nossos conceitos, amadurecer e, por que não, fazer as coisas acontecerem, todas aquelas que não passavam de rascunho. Nesse sentido, a perda pode ser libertadora. Logo, não compreendo por que temos a ilusão de que as coisas precisam ser eternas e por que não aceitamos que a finitude possa vir para o melhor.

Sim, é triste ver planos sendo desfeitos e, sim, dói ver entes queridos partindo, tanto os que literalmente morrem quanto aqueles que morrem em vida (e, nesse caso, temos que aprender a lidar com os seus fantasmas). No fim das contas, acho que o grande desafio em relação a qualquer tipo de morte é suportar a ausência daquilo ou daquele(a) que não mais está conosco. É aí que entra em cena o tempo, curando as feridas e nos ensinando não a esquecer, mas sim a superar e a transformar a dor em serenidade. Superar e transformar: passos essenciais para enfrentar um caminho repleto de mortes chamado vida.

domingo, 7 de novembro de 2010

Momento Propaganda – Vestidinhos Fofos

É com grande alegria que compartilho com vocês o empreendimento da minha querida amiga Maria Chagas. Ela acabou de lançar uma grife chamada Vestidinhos Fofos (www.vestidinhosfofos.com.br). Os vestidos são maravilhosos! Tomo a liberdade de colocar aqui um trecho do texto que aparece no site, que explica o conceito da empresa:

"Vestidinhos Fofos é uma grife romântica-retrô, ingenuamente prática e sofisticadamente simples, inspirada na feminilidade dos fifties & sixties. Afinal, a gente sabe que as tendências sempre se renovam, mas ser mulher nunca sai de moda".


Na foto abaixo, estou usando uma das criações da Maria:




 
Convido vocês a conhecerem melhor o trabalho dessa minha amiga tão criativa e fofíssima! Vale a pena! ;-)

Um beijo!
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